Friday, April 20, 2007

Cabeças rapadas por causa dos piolhos

O que Bernardo Pires de Lima aqui diz é uma evidência!

Esta malta dos skinheads não é de esquerda nem de direita. É criminosa.
Cadeia com eles.
Não vale a pena enquadrá-los numa qualquer classificação, em termos de teoria política, no quadro das democracias liberais em vigência.
A sua própria natureza nega a possibilidade de uma classificação à luz do que se convencionou distinguir como direita ou esquerda numa democracia.
E só numa democracia liberal faz sentido falar dessa dicotomia. Em regimes totalitários não há esquerda ou direita. Há totalitarismo. Ponto.
Outra coisa é quando são os próprios regimes totalitários que se proclamam de esquerda, como a URSS, a China, a Coreia do Norte, Cuba.

Colar estes piolhosos à direita, seja extrema ou não, é um disparate.

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Tuesday, April 17, 2007

Ó Sinhor Inginheiro!


A conversa deve ter sido assim, (baseado no que aqui se noticia):


-Ó Sinhor Inginheiro, então quer fazer inglês, não é?

-Pois, dava-me jeito ter a licenciatura, cá coisas da política, está a ver...

-Olhe, mande lá qualquer coisita, pode ser um papelito, assim tipo A4, com um cartãozinho para eu saber quem é, está bem?

-Tá bem Senhor Reitor, vou ver se aqui o Manel que trabalha no meu gabinete, e até já esteve na Inglaterra e tudo, me faz isso num instante; a ver se lhe mando isto ainda hoje. Ah! não se esqueça-pode ser por fax- de mandar o tema, se vê necessidade disso...

-Não é preciso Sinhor Inginheiro, ele que faça uma redacçãozita e já está! Pode ser a falar da Rainha ou assim...

-OK! Tá resolvido. Segue hoje mesmo, Senhor Reitor! Ah! Já me esquecia, Senhor Reitor, eu precisava assim, está a ver, de uma notinha jeitosa, tipo...

- Fique descansado homem que a coisa não ficará por menos de 17 ou 18, no mínimo, no mínimo!

-É de homens como o Senhor Reitor que este país precisa, determinados, claros e directos! Então tenha um bom dia que o trabalhinho lá vai ter Senhor Reitor!

-Um bom dia para si também Sinhor Inginheiro!
Claro que isto, para os crédulos, continua a não ser favorecimento...
Será, talvez, uma negociatazita.
Coisa de somenos...

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Friday, April 13, 2007

Um belo exemplo

O Sr. Sócrates faz-me lembrar muitos e muitos tugas, não passam disso, que exigem aos bancos a colocação nos cartões multibanco do título de Dr. ou Eng. sendo possuidores de uma 4ª classe mal amanhada.

Eis a razão pela qual ninguém vai querer punir ou sequer se indignar com o Sr. Sócrates.

No fundo, muita gente revê-se neste comportamento.

Fazer-se passar pelo que não se é constitui uma imagem de marca dos tugas.

O Sr. Sócrates ao deixar que centenas de documentos, leis, decretos, circulares, ofícios, tivessem aposto o título de engenheiro como qualificação que não possuía, tendo pleno conhecimento disso e nada fazendo para o rectificar, comportou-se como um tuga chico-esperto.

Agora, os verdadeiros tugas ficam autorizados a ter igual comportamento.

Um clássico caso de: "o exemplo vem de cima...".

P.S.: Obviamente que isto, por si só, não é suficiente para um "impeachment", até porque não há provas de qualquer crime de favorecimento, mas lá que levanta o véu das relações perigosas entre a política e as universidades privadas, os favorezinhos, os jeitos, a complacência, o desenrascanço, a espertice saloia, isso levanta.
Pensava-se, até aqui, que o primeiro-ministro tinha uma imagem de rigor e eficácia, sem atalhos nem ziguezagues.
Tal imagem acabou.
Quatro cadeiras dadas pelo mesmo professor que mais tarde integra o governo do aluno, um Reitor que nos tempos livres dá aulas de inglês técnico (?), diplomas passados a um domingo, o aluno a dizer que não se lembrava do nome dos professores para depois repentinamente se lembrar, equivalências dadas por mera declaração do candidato, pressões ilegítimas sobre a comunicação social...
Claro, não há fotografias ou vídeos do visado apanhado em flagrante a roubar com as vestes dos irmãos Dalton, sorriso para a câmara fotográfica e olhos fechados por causa do flash, mas que isto cheira muito mal, lá isso...
Trata-se não de um crime, nem da exigência de qualquer diploma para se ser bom naquilo que se faz, não é nada disso, o que aqui estava em causa era a clareza, a lisura, o rigor, a transparência de comportamentos e de carácter daquele a quem entregamos a responsabilidade de gerir o que é da esfera pública e é nosso!
E isso, desculpem, não é do foro privado do primeiro-ministro, é mesmo de interesse público.
Trata-se de saber se o primeiro-ministro é ou não um homem honrado e transparente no que toca ao seu comportamento público, às decisões que toma e aos processos que usa para as tomar.
Receio que isto tenha sido o fim do "estado de graça" do Sr. José Sócrates.

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