Friday, April 13, 2007

Um belo exemplo

O Sr. Sócrates faz-me lembrar muitos e muitos tugas, não passam disso, que exigem aos bancos a colocação nos cartões multibanco do título de Dr. ou Eng. sendo possuidores de uma 4ª classe mal amanhada.

Eis a razão pela qual ninguém vai querer punir ou sequer se indignar com o Sr. Sócrates.

No fundo, muita gente revê-se neste comportamento.

Fazer-se passar pelo que não se é constitui uma imagem de marca dos tugas.

O Sr. Sócrates ao deixar que centenas de documentos, leis, decretos, circulares, ofícios, tivessem aposto o título de engenheiro como qualificação que não possuía, tendo pleno conhecimento disso e nada fazendo para o rectificar, comportou-se como um tuga chico-esperto.

Agora, os verdadeiros tugas ficam autorizados a ter igual comportamento.

Um clássico caso de: "o exemplo vem de cima...".

P.S.: Obviamente que isto, por si só, não é suficiente para um "impeachment", até porque não há provas de qualquer crime de favorecimento, mas lá que levanta o véu das relações perigosas entre a política e as universidades privadas, os favorezinhos, os jeitos, a complacência, o desenrascanço, a espertice saloia, isso levanta.
Pensava-se, até aqui, que o primeiro-ministro tinha uma imagem de rigor e eficácia, sem atalhos nem ziguezagues.
Tal imagem acabou.
Quatro cadeiras dadas pelo mesmo professor que mais tarde integra o governo do aluno, um Reitor que nos tempos livres dá aulas de inglês técnico (?), diplomas passados a um domingo, o aluno a dizer que não se lembrava do nome dos professores para depois repentinamente se lembrar, equivalências dadas por mera declaração do candidato, pressões ilegítimas sobre a comunicação social...
Claro, não há fotografias ou vídeos do visado apanhado em flagrante a roubar com as vestes dos irmãos Dalton, sorriso para a câmara fotográfica e olhos fechados por causa do flash, mas que isto cheira muito mal, lá isso...
Trata-se não de um crime, nem da exigência de qualquer diploma para se ser bom naquilo que se faz, não é nada disso, o que aqui estava em causa era a clareza, a lisura, o rigor, a transparência de comportamentos e de carácter daquele a quem entregamos a responsabilidade de gerir o que é da esfera pública e é nosso!
E isso, desculpem, não é do foro privado do primeiro-ministro, é mesmo de interesse público.
Trata-se de saber se o primeiro-ministro é ou não um homem honrado e transparente no que toca ao seu comportamento público, às decisões que toma e aos processos que usa para as tomar.
Receio que isto tenha sido o fim do "estado de graça" do Sr. José Sócrates.

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